Hidrografia
Hidrografia é
uma parte da geografia física que classifica e estuda as águas do planeta. O
objeto de estudo da hidrografia é a água da Terra, abrange portanto oceanos,
mares, geleiras, água do subsolo, lagos, água da atmosfera e rios. A maior
parte da água está concentrada em oceanos e mares – 1.380.000.000 km³ –,
correspondendo a 97,3% da reserva hídrica do mundo. As águas continentais
possuem um volume total de 38.000.000 km³, valor que representa 2,7% da
água do planeta.
Distribuição dos recursos hídricos no Brasil:
·
Hidrografia
do Brasil:
O
Brasil é dotado de uma vasta e densa rede hidrográfica, sendo que muitos de
seus rios destacam-se pela extensão, largura e profundidade. Em decorrência da
natureza do relevo, predominam os rios de planalto que apresentam em seu leito
rupturas de declive, vales encaixados, entre outras características, que lhes
conferem um alto potencial para a geração de energia elétrica. Quanto à
navegabilidade, esses rios, dado o seu perfil não regularizado, ficam um tanto
prejudicados. Dentre os grandes rios nacionais, apenas o Amazonas e o Paraguai
são predominantemente de planície e largamente utilizados para a navegação. Os
rios São Francisco e Paraná são os principais rios de planalto. De maneira
geral, os rios têm origem em regiões não muito elevadas, exceto o rio Amazonas
e alguns de seus afluentes que nascem na cordilheira andina. Em termos gerais,
como mostra o mapa acima, pode-se dividir a rede hidrográfica brasileira em
sete principais bacias, a saber: a bacia do rio Amazonas; a do Tocantins -
Araguaia; a bacia do Atlântico Sul - trechos norte e nordeste; a do rio São
Francisco; a do Atlântico Sul - trecho leste; a bacia Platina, composta pelas
sub-bacias dos rios Paraná e Uruguai; e a do Atlântico Sul - trechos sudeste e
sul. Agora vamos descrevê-las
separadamente:
A imagem mostra o complexo da Região Hidrográfica do Amazonas, a maior bacia hidrográfica do mundo. |
Em 1541, o explorador espanhol Francisco de Orellana percorreu, desde as
suas nascentes nos Andes peruanos, distante cerca de 160 km do Oceano Pacífico,
até atingir o Oceano Atlântico, o rio que batizou de Amazonas, em função da
visão, ou imaginação da existência, de mulheres guerreiras, as Amazonas da
mitologia grega. Este rio, com uma extensão de aproximadamente 6.500 km, ou
superior conforme recentes descobertas, disputa com o rio Nilo o título de mais
extenso no planeta. Porém, em todas as possíveis outras avaliações é,
disparado, o maior. Sua área de drenagem total, superior a 5,8 milhões de km2,
dos quais 3,9 milhões no Brasil, representa a maior bacia hidrográfica mundial.
O restante de sua área dividi-se entre o Peru, Bolívia, Colômbia, Equador,
Guiana e Venezuela. Tal área poderia abranger integralmente o continente
europeu, a exceção da antiga União Soviética. O volume de água do rio Amazonas
é extremamente elevado, descarregando no Oceano Atlântico aproximadamente 20%
do total que chega aos oceanos em todo o planeta. Sua vazão é superior a soma
das vazões dos seis próximos maiores rios, sendo mais de quatro vezes maior que
o rio Congo, o segundo maior em volume, e dez vezes o rio Mississipi. Por
exemplo, em Óbidos, distante 960 km da foz do rio Amazonas, tem-se uma vazão
média anual da ordem de 180.000 m3/s. Tal volume d'água é o resultado
do clima tropical úmido característico da bacia, que alimenta a maior floresta
tropical do mundo. Na Amazônia os canais mais difusos e de maior
penetrabilidade são utilizados tradicionalmente como hidrovias. Navios
oceânicos de grande porte podem navegar até Manaus, capital do estado do
Amazonas, enquanto embarcações menores, de até 6 metros de calado, podem
alcançar a cidade de Iquitos, no Peru, distante 3.700 km da sua foz. O rio
Amazonas se apresenta como um rio de planície, possuindo baixa declividade. Sua
largura média é de 4 a 5 km, chegando em alguns trechos a mais de 50 km. Por
ser atravessado pela linha do Equador, esse rio apresenta afluentes nos dois
hemisférios do planeta. Entre seus principais afluentes, destacam-se os rios
Iça, Japurá, Negro e Trombetas, na margem esquerda, e os rios Juruá, Purus,
Madeira, Tapajós e Xingu, na margem direita.
A bacia do rio Tocantins - Araguaia com uma área superior a 800.000 km2,
se constitui na maior bacia hidrográfica inteiramente situada em território
brasileiro. Seu principal rio formador é o Tocantins, cuja nascente localiza-se
no estado de Goiás, ao norte da cidade de Brasília. Dentre os principais
afluentes da bacia Tocantins - Araguaia, destacam-se os rios do Sono, Palma e
Melo Alves, todos localizados na margem direita do rio Araguaia. O rio
Tocantins desemboca no delta amazônico e embora possua, ao longo do seu curso,
vários rápidos e cascatas, também permite alguma navegação fluvial no seu
trecho desde a cidade de Belém, capital do estado do Pará, até a localidade de
Peine, em Goiás, por cerca de 1.900 km, em épocas de vazões altas. Todavia,
considerando-se os perigosos obstáculos oriundos das corredeiras e bancos de
areia durante as secas, só pode ser considerado utilizável, por todo o ano, de
Miracema do Norte (Tocantins) para jusante.
O rio Araguaia nasce na serra das Araras, no estado de Mato Grosso,
possui cerca de 2.600 km, e desemboca no rio Tocantins na localidade de São
João do Araguaia, logo antes de Marabá. No extremo nordeste do estado de Mato
Grosso, o rio dividi-se em dois braços, rio Araguaia, pela margem esquerda, e
rio Javaés, pela margem direita, por aproximadamente 320 km, formando assim a
ilha de Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. O rio Araguaia, é navegável
cerca de 1.160 km, entre São João do Araguaia e Beleza, porém não possui neste
trecho qualquer centro urbano de grande destaque.
Vários rios de grande porte e significado regional podem ser citados
como componentes dessa bacia, a saber: rio Acaraú, Jaguaribe, Piranhas,
Potengi, Capibaribe, Una, Pajeú, Turiaçu, Pindaré, Grajaú, Itapecuru, Mearim e
Parnaíba.
Em especial, o rio Parnaíba é o formador da fronteira dos estados do
Piauí e Maranhão, por seus 970 km de extensão, desde suas nascentes na serra da
Tabatinga até o oceano Atlântico, além de representar uma importante hidrovia
para o transporte dos produtos agrícolas da região.
A bacia do rio São Francisco, nasce em Minas Gerais, na serra da
Canastra, e atravessa os estados da 88Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O
rio São Francisco possui uma área de drenagem superior a 630.000 km2 e uma extensão de 3.160 km, tendo como principais afluentes os rios
Paracatu, Carinhanha e Grande, pela margem esquerda, e os rios Salitre, das
Velhas e Verde Grande, pela margem direita. De grande importância política,
econômica e social, principalmente para a região nordeste do país, é navegável
por cerca de 1.800 km, desde Pirapora, em Minas Gerais, até a cachoeira de
Paulo Afonso, em função da construção de hidrelétricas com grandes lagos e
eclusas, como é o caso de Sobradinho e Itaparica.
Da mesma forma que no seu trecho norte e nordeste, a bacia do Atlântico
Sul no seu trecho leste possui diversos cursos d'água de grande porte e
importância regional. Podem ser citados, entre outros, os rios Pardo,
Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas e Paraguaçu. Por
exemplo, o rio Paraíba do Sul está localizado entre os estados de São Paulo,
Rio de Janeiro e Minas Gerais, os de maior significado econômico no país,
possui ao longo do seu curso diversos aproveitamentos hidrelétricos, cidades
ribeirinhas de porte, como Campos, Volta Redonda e São José dos Campos, bem com
industrias importantes como a Companhia Siderúrgica Nacional.
- Bacia Platina, ou dos rios Paraná e Uruguai
A bacia platina, ou do rio da Prata, é constituída pelas sub-bacias dos
rios Paraná, Paraguai e Uruguai, drenando áreas do Brasil, Bolívia, Paraguai,
Argentina e Uruguai. O rio Paraná possui cerca de 4.900 km de extensão, sendo o
segundo em comprimento da América do Sul. É formado pela junção dos rios Grande
e Paranaíba. Possui como principais tributários os rios Paraguai, Tietê,
Paranapanema e Iguaçu. Representa trecho da fronteira entre Brasil e Paraguai,
onde foi implantado o aproveitamento hidrelétrico binacional de Itaipu, com
12.700 MW, maior usina hidrelétrica em operação do mundo. Posteriormente, faz
fronteira entre o Paraguai e a Argentina. Em função das suas diversas quedas, o
rio Paraná somente possui navegação de porte até a cidade argentina de Rosário.
O rio Paraguai, por sua vez, possui um comprimento total de 2.550 km, ao longo
dos territórios brasileiro e paraguaio e tem como principais afluentes os rios
Miranda, Taquari, Apa e São Lourenço. Nasce próximo à cidade de Diamantino, no
estado de Mato Grosso, e drena áreas de importância como o Pantanal
mato-grossense. No seu trecho de jusante banha a cidade de Assunción, capital
do Paraguai, e forma a fronteira entre este país e a Argentina, até desembocar
no rio Paraná, ao norte da cidade de Corrientes. O rio Uruguai, por fim, possui
uma extensão da ordem de 1.600 km, drenando uma área em torno de 307.000 km2.
Possui dois principais formadores, os rios Pelotas e Canoas, nascendo a cerca
de 65 km a oeste da costa do Atlântico. Fazem parte da sua bacia os rios Peixe,
Chapecó, Peperiguaçu, Ibicuí, Turvo, Ijuí e Piratini. O rio Uruguai forma a
fronteira entre a Argentina e Brasil e, mais ao sul, a fronteira entre
Argentina e Uruguai, sendo navegável desde sua foz até a cidade de Salto, cerca
de 305 km a montante.
A bacia do Atlântico
Sul, nos seus trechos sudeste e sul, é composta por rios da importância do
Jacuí, Itajaí e Ribeira do Iguape, entre outros. Os mesmos possuem importância
regional, pela participação em atividades como transporte hidroviário,
abastecimento d'água e geração de energia elétrica.
Maiores rios brasileiros em
vazão e por extensão (m³/s)
1°) Rio Amazonas (Bacia Amazônica) - 209.000; 2°) Rio Solimões (Bacia
Amazônica) - 103.000; 3°) Rio Madeira (Bacia Amazônica) - 31.200; 4°) Rio Negro
(Bacia Amazônica) - 28.400; 5°) Rio Japurá (Bacia Amazônica) - 18.620; 6°) Rio
Tapajós (Bacia Amazônica) - 13.500; 7°) Rio Purus (Bacia Amazônica), Rio
Tocantins (Bacia Tocantins-Araguaia) e Rio Paraná (Bacia do Prata) - 11.000;
10°) Rio Xingu (Bacia Amazônica) - 9.700; 11°) Rio Içá (Bacia Amazônica) -
8.800; 12°) Rio Juruá (Bacia Amazônica) - 8.440; 13°) Rio Araguaia (Bacia
Tocantins-Araguaia) - 5.500; 14°) Rio Uruguai (Bacia do Prata) - 4.150; 15°)
Rio São Francisco (Bacia do São Francisco) - 2.850; e 16°) Rio Paraguai (Bacia
do Prata) - 1.290.
Observações: 1) Os rios da bacia amazônica são responsáveis por 72% dos recursos hídricos do Brasil; 2) o aqüífero guarani, com 1.194.800 km² de extensão e 45 quatrilhões de litros, é o maior reservatório de água doce da América do Sul e 70% dele está localizado no Brasil (Mato Grosso do Sul - 25,5%, Rio Grande do Sul - 18,8%, São Paulo - 18,5%, Paraná - 15,0%, Goiás - 6,5%, Santa Catarina - 6,5%, Minas Gerais - 6,1% e Mato Grosso - 3,1%), 19% na Argentina, 6% no Paraguai e 5% no Uruguai.
Observações: 1) Os rios da bacia amazônica são responsáveis por 72% dos recursos hídricos do Brasil; 2) o aqüífero guarani, com 1.194.800 km² de extensão e 45 quatrilhões de litros, é o maior reservatório de água doce da América do Sul e 70% dele está localizado no Brasil (Mato Grosso do Sul - 25,5%, Rio Grande do Sul - 18,8%, São Paulo - 18,5%, Paraná - 15,0%, Goiás - 6,5%, Santa Catarina - 6,5%, Minas Gerais - 6,1% e Mato Grosso - 3,1%), 19% na Argentina, 6% no Paraguai e 5% no Uruguai.
Recursos Hídricos - Os maiores rios brasileiros por
extensão:
Amazonas 6.868km (Bacia Amazônica), São Francisco 3.160 km (Bacia
do São Francisco), Tocantins 2.640 km (Bacia Tocantins-Araguaia), Negro,
Tapajós, Xingú (Bacia Amazônica), Araguaia (Bacia Tocantins-Araguaia), Madeira
(Bacia Amazônica); Paraná 2.940km, Paraguai e Uruguai 1.500km (todos
da Bacia do Prata).
Maiores usinas hidrelétricas
brasileiras:
As maiores usinas hidrelétricas brasileiras por capacidade instalada,
até o final de 2002, são:
1) Itaipú (Rio Paraná) - 12.600 MW (*); 2) Tucuruí (Rio Tocantins) -
4.245 MW; 3) Ilha Solteira (Rio Paraná) - 3.444 MW; 4) Xingó (Rio São
Francisco) - 3.000 MW; 5) Paulo Afonso IV (São Francisco) - 2.460 MW; 6)
Itumbiara (Rio Paranaíba) - 2.082 MW; 7) São Simão (Rio Paranaíba) -
1.710 MW; 8) Fóz do Areia (Rio Iguaçú) - 1.676 MW; 9) Jupiá (Rio Paraná) -
1.551 MW; 10) Itaparica (Rio São Francisco) - 1.500 MW; 11) Itá (Rio Uruguai) -
1.450 MW; 12) Marimbondo (Rio Grande) - 1.440 MW; 13) Porto Primavera (Rio
Paraná) - 1.430 MW; 14) Salto Santiago (Rio Iguaçú) - 1.420 MW; 15) Água
Vermelha (Rio Grande) - 1.396 MW; 16) Corumbá (Rio Corumbá) - 1.275 MW; 17)
Segredo (Rio Iguaçú) - 1.260 MW; 18) Salto Caxias (Rio Iguaçú) - 1.240 MW; 19)
Furnas (Rio Grande) - 1.216 MW; 20) Emborcação (Rio Paranaíba) - 1.192 MW; 21)
Salto Osório (Rio Iguaçú) - 1.078 MW; 22) Estreito (Rio Grande) - 1.050 MW; 23)
Sobradinho (Rio São Francisco) - 1.050 MW.
(*) Itaipú é considerada usina binacional (Brasil/Paraguai). Assim,
inteiramente nacional, a maior é a de Tucuruí, no Pará.
As maiores bacias hidrográficas do mundo são as
seguintes:
-
Nome, localização e área (km²):
§ Bacia Amazônica, Brasil, 7.050.000;
§ Bacia do Congo, Congo,
3.690.000;
§ Bacia do Mississippi, EUA,
3.328.000;
§ Bacia do Rio da Prata, Brasil, 3.140.000;
§ Bacia do Obi,
Federação Russa, 2.975.000;
§ Bacia do Nilo,
Egito, 2.867.000;
§ Bacia do São
Francisco, Brasil, 2.700.000;
§ Bacia do Ienissêi, Federação Russa, 2.580.000;
§ Bacia do Níger, Nigéria,
2.092.000;
§ Bacia de Amur, Federação
Russa, 1.855.000;
Fontes: Wikipédia; Portal Brasil; Br Cactaceae;